Mercado publicitário é a aposta da empresa para driblar os obstáculos provocados pelo perfil do usuário brasileiro
MARIANA BARBOSA
meio$mensagem
Atualmente, cerca de nove milhões de brasileiros possuem perfis ativos no site, no entanto a maior dificuldade do LinkedIn em consolidar-se no País é driblar os hábitos dos usuários brasileiros de internet que, extremamente conectados a mídias sociais, frequentemente costumam misturar em uma só rede os contatos e informações particulares e profissionais. Esse é um dos principais desafios que os executivos tentam superar, já que a proposta da rede social é promover exclusivamente relacionamentos corporativos.
Mike Gamson, vice-presidente sênior de soluções globais do LinkedIn, entende que cada mercado tem suas características próprias e que situações semelhantes já foram enfrentadas pela companhia em outras regiões. “O que precisamos fazer no Brasil é educar o mercado sobre as possibilidades que o LinkedIn oferece, como usá-lo, e de que maneira esta ferramenta pode ajudar os usuários ou empresas cadastradas a encontrar oportunidades profissionais”, afirma Gamson, que visitou o escritório em São Paulo na semana passada. Entre os usuários da rede, 62% estão fora dos Estados Unidos. “Estamos presentes em 25 países, e cada um deles tem suas particularidades”, descreve. “Acreditamos que não teremos grandes empecilhos para nos estabelecer e continuar crescendo no País”, acredita.
Veiculação publicitária
Para que isso aconteça, a empresa aposta no sucesso comercial do LinkedIn Ads, uma plataforma de anúncios publicitários na rede social, segundo explica Gamson.“Nosso banco de dados nos permite identificar exatamente quem são nossos membros: onde trabalham, o que fazem, quais seus níveis profissionais e interesses. Desta forma, selecionamos para as empresas um público extremamente segmentado e oferecemos variados formatos de publicidade para que essas pessoas possam, de fato, conhecer mais sobre as marcas, seus produtos e serviços” detalha. “Além disso, também ajudamos nossos parceiros a produzir e gerenciar o conteúdo que será veiculado no LinkedIn e confiamos no poder de compartilhamento de informações em nossa rede, que atinge grandes proporções”, diz. A vocação corporativa da rede social, segundo Gamson, não é um problema, de fato. “Até em um contexto profissional, ainda somos consumidores e precisamos das marcas em nosso dia a dia. Nossas expectativas são altas em relação ao que pode ser realizado aqui”, completa o executivo.
Em 2011, a receita global da rede atingiu US$ 522,19 milhões, contra US$ 243,10 milhões do ano anterior, um crescimento de 114,08%. No primeiro semestre de 2012, a receita já alcançou US$ 416,67 milhões. Sem revelar números específicos de faturamento no País, Gamson afirma que o atual cenário econômico é um dos fatores que devem contribuir efetivamente para a consolidação da companhia no Brasil. “Decidimos montar um escritório aqui exatamente por conta deste momento favorável e de robusto desenvolvimento, inclusive dentre a comunidade profissional. Em pouco tempo, certamente o País se tornará um dos cinco maiores em termos de renda para a empresa”, acredita, sem revelar a atual posição.
O vice-presidente ainda explica que o estabelecimento dessas parcerias se dá tanto pela prospecção realizada pela equipe do Linkedin Brasil, que é comandada por Osvaldo Barbosa de Oliveira, quanto pelas próprias marcas, que chegam muitas vezes a procurar a rede social para propor novas formas de negócio. “Os profissionais do Linkedin Brasil já construíram uma história maravilhosa com nossa comunidade, apesar do pouco tempo de atuação”, elogia.
Com a finalidade de fomentar o relacionamento com as agências e profissionais da publicidade, o Linkedin promove um evento em meados deste mês, em São Paulo, quando pretende reunir o mercado e seus executivos globais, como Nick Besbeas, vice-presidente de marketing do LinkedIn. “Temos a intenção de trabalhar para obter maiores taxas globais de desenvolvimento no setor de mobile. O acesso ao LinkedIn através de plataformas móveis é o que cresce mais rapidamente e permite que os usuários simplifiquem as maneiras de interação e as façam onde quer que estejam”, antecipa Gamson. “As pessoas utilizam as redes sociais como forma de passar o tempo. Mas as redes profissionais, como o LinkedIn, são uma forma de investir em seu tempo e em seu futuro”, compara.